Baianas na roda....
Cecilia Menezes em Ba/Brasil
Roda de baianas
Cecilia Menezes em BA/Brasil
Cecilia Menezes em BA/Brasil
Baianas rodando....
Cecilia Menezes em BA/Brasil
Cecilia Menezes em BA/Brasil
Roda de Baianas" pátina s/ cerâmica c/ 35cm
Cecilia Menezes em BA/Brasil
“O Sonho do Celta”
O novo livro de Vargas Llosa é uma história da vida real, mas, com
toques da mais perfeita irrealidade. Pois nos apresenta a um mundo que nem em
nossos piores pesadelos acreditaríamos existir.
O livro descreve a vida de um aventureiro irlandês, Sir Roger
Casement, que foi um diplomata do Império Britânico, trabalhou em muitas causas
humanitárias, esteve na África e na América do Sul, sempre como observador
crítico de como os governos tratavam os nativos colonizados e os
denunciava numa guerra sem quartel.
Um novo Quixote que não estava lutando contra moinhos de
vento, mas, sim,contra muros poderosos sabendo que jamais teria oportunidade de
saborear a vitória.
Após lutar freneticamente para denunciar as atrocidades cometidas pelo
rei Leopoldo II, rei da Bélgica, no Congo Belga e pelas grandes empresas
inglesas, no Peru, engajou-se na luta pela independência da Irlanda e foi
considerado um traidor pela Inglaterra que tanto o respeitara.
Afinal, esse era o sonho do celta, tratado assim por ser irlandês e
estudioso da cultura celta, a cultura do seu país;transformar o mundo num lugar
melhor onde vigorasse o respeito e a harmonia entre fracos e fortes.
Aldeias eram destruídas,mulheres e crianças mortas e os homens
forçados a trabalho escravo,mal alimentados e maltratados obrigados a trazer a
cota certa do látex ou do marfim que enriqueceria seus algozes.
Assim foram exterminados de 5 a 10 milhões de nativos.
O relatório, pedido pelo governo inglês para tomar pé da situação e
escrito por Casement, gerou uma indignação mundial. Casement foi elevado a herói
nacional, para logo depois cair em desgraça por ter se aliado aos alemães contra
a Inglaterra na esperança de assim facilitar a independência da Irlanda, seu berço
bem amado. Esse fato e mais a reputação de homossexual e pedófilo selou o
seu destino.
Preso e esquecido, abandonado pelos amigos ficou ignorado por
muito tempo, difamado como pervertido por causa das suas preferências sexuais e
desprezado como um traidor vil , capaz de trair a nação que o acolhera e
respeitara.
Se você, meu amigo ,minha amiga tem uma natureza sensível não leia esse
livro apesar da sua qualidade literária;talvez você não aguente conhecer as barbaridades que os ditos civilizados perpetravam contra os
nativos por ganância e desprezo pela vida humana.
Llosa não tem medo da verdade,nem dos acontecimentos, nem das
palavras; sua narrativa é crua,cortante como a chibata no lombo dos infelizes
de quem ele descreve tão bem os sofrimentos.
O Sonho do Celta,nome escolhido por Vargas Llosa para o livro era o
nome de um poema épico escrito pelo irlandês patriota e dedicado á causa do seu
pais.
O livro de Llosa mostra acima de tudo quão diferente é a história
humana contada pelos vencedores e os fatos como realmente aconteceram.
“O Sonho do Celta” é um livro instigante e comovente que trás
para nós as diversas “personas” que se escondem dentro das nossas
personalidades,algumas assustadoras.
Poente
Clarissa Macedo
O oeste do meu poema
está cansado.
Deseja navegar sem bússola
como a manhã triste,
triste como o voo dos pássaros.
Persigo o oeste do meu poema,
que permanece inalterado.
O oeste não é um lugar triste,
é só a ilusão de que mais
um caminho terminou.
In: Na pata do cavalo há sete
abismos
Clarissa Macedo (Salvador
– BA), é licenciada em Letras Vernáculas (UEFS), mestre em Literatura e
Diversidade Cultural pela mesma instituição e doutoranda em Literatura e
Cultura (UFBA). Atua como revisora e professora de escrita criativa. Está
presente em diversas coletâneas. É autora de O trem vermelho que partiu das cinzas e de Na pata do cavalo há sete abismos (Prêmio Nacional da Academia de
Letras da Bahia), ambos de 2014. Publica, regularmente, tanto em meios
eletrônicos como impressos. Sua poesia está traduzida para o espanhol.
Desenvolve projetos culturais. Participa de eventos literários por aí afora.
Edita o blog Essa coisa que é o eu.
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