O ESSENCIAL É INVISÍVEL PARA OS
OLHOS...
É ele, sim, O PEQUENO PRÍNCIPE,
que depois de viajar pelas estrelas aterrissa aqui ,na minha estante, tão
festejado, desejado, vendido e lido como no passado ,quando era o livro sempre
citado pelas aspirantes a Miss, nos sixties, nossos anos de ouro, mas, que
encantou até os mais sábios e empedernidos corações. Livro mais traduzido da
história literária, perdendo apenas para o Alcorão e a Bíblia, ganha uma edição
de luxo, em capa dura, para guardar e reler sempre que estiver prestes a perder
a fé na humanidade.
Agora em domínio público pois já
se passaram mais de 100 anos da morte do autor, abatido na 2ª Grande Guerra, se
o amigo, ainda mantém viva dentro de si a chama da sua infância entenderá o
que quero dizer. E, pode ser, até, que me desenhe um carneiro. Somos responsáveis
por aqueles que conquistamos diz o principezinho que veio de outras galáxias,
por isto, nós, escritores deste vale de lágrimas, nos esforçamos tanto para
agradá-los e manter vivo o interesse no nosso trabalho.
Neste mundo selvagem, onde o ter vale
mais que o ser, nesta luta por conquistas e, posição e poder, vale
o recado do garoto: ”as pessoas compram
tudo nas lojas ,mas, como não existem lojas que vendem amigos, as pessoas não
têm mais amigos”.
Confesso que o livro ainda me
emociona porque é puro, simples e real. Como na história do astrônomo do
Extremo Oriente que veio expor suas teorias numa Universidade e os acadêmicos
não lhe deram a importância devida porque estava vestido com “trajes
estranhos”; a mesma tese, no mesmo lugar, foi esposada por um cientista ocidental,
que falou de terno e gravata e foi ouvido, cheirado e bem aceito porque, afinal,
era um deles...
Pois, é muitos anos depois de
lançado o Pequeno Príncipe, ainda não aprendemos a conviver com as diferenças e
continuamos a não falar com os feios...
Autor:
Antoine de Saint –Éxupéry
Tradução
Frei Beto
Editora
Geração Editorial
Preço
Quando fui domar os cavalos
havia um lapso na partida
uma brecha interminável.
No rompante das pernas,
suas crinas se embaraçavam
ao vento de eras eternas.
E quanto mais galopavam,
mais a vida se perdia
no trotar de um tempo incalculável.
A vida passou. E hoje
que já não sinto o vento,
nem tento domar cavalos,
correm léguas nos meus olhos cegos
e me arrependo do que não é passado.
In: O trem vermelho que partiu das cinzas
Clarissa Macedo (Salvador
– BA), é licenciada em Letras Vernáculas (UEFS), mestre em Literatura e
Diversidade Cultural pela mesma instituição e doutoranda em Literatura e
Cultura (UFBA). Atua como revisora e professora de escrita criativa. Está
presente em diversas coletâneas. É autora de O trem vermelho que partiu das cinzas e de Na pata do cavalo há sete abismos (Prêmio Nacional da Academia de
Letras da Bahia), ambos de 2014. Publica, regularmente, tanto em meios
eletrônicos como impressos. Sua poesia está traduzida para o espanhol.
Desenvolve projetos culturais. Participa de eventos literários por aí afora.
Edita o blog Essa coisa que é o eu.
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