domingo, 15 de março de 2015

BAHIA



O ESSENCIAL É INVISÍVEL PARA OS OLHOS...



É ele, sim, O PEQUENO PRÍNCIPE, que depois de viajar pelas estrelas aterrissa aqui ,na minha estante, tão festejado, desejado, vendido e lido como no passado ,quando era o livro sempre citado pelas aspirantes a  Miss, nos sixties, nossos anos de ouro, mas, que encantou até os mais sábios e empedernidos corações. Livro mais traduzido da história literária, perdendo apenas para o Alcorão e a Bíblia, ganha uma edição de luxo, em capa dura, para guardar e reler sempre que estiver prestes a perder a fé na humanidade.
Agora em domínio público pois já se passaram mais de 100 anos da morte do autor, abatido na 2ª Grande Guerra, se o amigo, ainda mantém viva dentro de si a chama da sua infância entenderá o que quero dizer. E, pode ser, até, que me desenhe um carneiro. Somos responsáveis por aqueles que conquistamos diz o principezinho que veio de outras galáxias, por isto, nós, escritores deste vale de lágrimas, nos esforçamos tanto para agradá-los e manter vivo o interesse no nosso trabalho.
Neste mundo selvagem, onde o ter vale mais que o ser, nesta luta por conquistas e, posição e poder, vale o recado do garoto:  ”as pessoas compram tudo nas lojas ,mas, como não existem lojas que vendem amigos, as pessoas não têm mais amigos”.
Confesso que o livro ainda me emociona porque é puro, simples e real. Como na história do astrônomo do Extremo Oriente que veio expor suas teorias numa Universidade e os acadêmicos não lhe deram a importância devida porque estava vestido com “trajes estranhos”; a mesma tese, no mesmo lugar, foi esposada por um cientista ocidental, que falou de terno e gravata e foi ouvido, cheirado e bem aceito porque, afinal, era um deles...
Pois, é muitos anos depois de lançado o Pequeno Príncipe, ainda não aprendemos a conviver com as diferenças e continuamos a não falar com os feios...
 Autor:
Antoine de Saint –Éxupéry
Tradução
Frei Beto
Editora
Geração Editorial

Preço

R 30.00 (luxo,160 pags)$15.00 (pocket) $5.000 (e-book)



Quando fui domar os cavalos
havia um lapso na partida
uma brecha interminável.

No rompante das pernas,
suas crinas se embaraçavam
ao vento de eras eternas.

E quanto mais galopavam,
mais a vida se perdia
no trotar de um tempo incalculável.

A vida passou. E hoje
que já não sinto o vento,
nem tento domar cavalos,
correm léguas nos meus olhos cegos
e me arrependo do que não é passado.

In: O trem vermelho que partiu das cinzas


Clarissa Macedo (Salvador – BA), é licenciada em Letras Vernáculas (UEFS), mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela mesma instituição e doutoranda em Literatura e Cultura (UFBA). Atua como revisora e professora de escrita criativa. Está presente em diversas coletâneas. É autora de O trem vermelho que partiu das cinzas e de Na pata do cavalo há sete abismos (Prêmio Nacional da Academia de Letras da Bahia), ambos de 2014. Publica, regularmente, tanto em meios eletrônicos como impressos. Sua poesia está traduzida para o espanhol. Desenvolve projetos culturais. Participa de eventos literários por aí afora. Edita o blog Essa coisa que é o eu.

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